Apesar de as pessoas consumirem a mesma quantidade de tempo com conteúdo em vídeo como fazem com o conteúdo de áudio, o mercado de vídeo vale aproximadamente um trilhão de dólares enquanto música e rádio juntos alcançam um décimo desse valor.
Houve nos Estados Unidos, nos últimos anos, um aumento de 20 milhões de usuários no consumo de conteúdo de podcast. Um a cada 3 americanos ouve, por mês, um programa em plataforma de áudio.
E as perspectivas são de que essa estimativa aumente ainda mais, agora que Spotify anunciou a aquisição de duas das maiores especialistas em podcasts da atualidade: a Gimlet Media e a Anchor. A primeira tem foco em conteúdo e a segunda com dedicação ao desenvolvimento de tecnologia e publicação.
“O podcast é um ativo incrível para contar histórias. Sou obcecada com o conteúdo no formato de áudio e em rádio. É um meio que promove a conveniência e difere da televisão porque você ajuda na co-criação. É uma experiência muito mais engajadora e única, que cria emoções e conexões”, disse Dawn Ostroff, CEO da Spotify.
Mais podcasts foram criados em 2018 do que em qualquer outro ano. O mercado cresceu 25% nos Estados Unidos e se você olhar de perto para a origem deste crescimento, ele vem de audiências mais jovens.
“Estudantes universitários e jovens que estão ingressando no mercado profissional são o público-alvo da indústria de podcast e, informalmente, 2018 produziu mais podcasts destinados a crianças e famílias com crianças, por isso este grande aumento percentual não é uma surpresa”, afirmou Michael Mignano, CEO e founder da Anchor.
Neste cenário, o Spotify tem uma grande oportunidade, uma vez que a plataforma se tornou a segunda maior plataforma de podcasts em apenas dois anos, e aposta que o formato será responsável por 20% do consumo de conteúdo não-musical no futuro próximo, competindo diretamente com todas as formas de entretenimento.
O que os executivos de áudio querem provar é que “nossos ouvidos não valem 10x menos que os nossos olhos”, citando o fato do mercado atual de vídeo estar avaliado em 1 trilhão de dólares, enquanto a indústria musical e de rádio vale por volta de 100 bilhões.
A concorrência de vídeo x áudio será intensa e promete ser acirrada nos próximos anos, mas, nesta batalha, no entanto, quem ganhará são os consumidores, com mais opções para consumir conteúdo seja em áudio, seja em vídeo.