A nova fronteira: Inteligência Artificial e o medo do novo

Darlings to Damaged? Managing the technology sector’s reputation in an age of heightened scrutiny aborda a “nova fronteira” dos debates sobre tecnologia: a incorporação da Inteligência Artificial às experiências do nosso dia a dia. O estudo retoma dados de outra pesquisa conduzida pela FleshmanHillard em 2018 para mostrar o que está no centro das preocupações dos consumidores e cidadãos: o sentiment de estarem desinformados.

Segundo esses dados, 53% dos consumidores acreditam que não há educação suficiente sobre o papel da Inteligência Artificial pode desempenhar e 26% afirmam ter pouco ou nenhum entendimento sobre o que a tecnologia vem a ser.

Mais que isso: independentemente de idade, a maioria dos entrevistados concorda que a responsabilidade de educar sobre a inteligência artificial deve compartilhada por governos, estudiosos e empresas.

Para aqueles que desenvolvem ou adotam produtos que envolvem a inteligência artificial, o investimento em comunicação é, portanto, fundamental:  é preciso garantir que os consumidores estejam cientes de todas as potenciais consequências da IA, como elas podem ser interpretadas (ou manipuladas) e como garantir que essa tecnologia revolucionária seja uma força positiva, e não uma ameaça para a sociedade.

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Pensamentos finais: o papel da mídia no debate da reputação da tecnologia

Para onde foram todos os heróis?

“Pense nisso como um mapa para os tesouros enterrados da Era da Informação.”

Escrevi essa frase há mais de 25 anos, quando editava um artigo do New York Times de primeira página sobre uma coisa nova, na época, chamada World Wide Web. Eu era editor de tecnologia quando o jornal registrava a ascensão da internet como meio de comunicação de massa.

Na época, nós da imprensa tínhamos uma visão otimista do mundo online. Claro, tínhamos preocupações ocultas sobre invasão de privacidade, vazamento de dados e publicidade obscura, mas a cobertura era esperançosa e os pioneiros da internet pareciam heróis. Jornalistas buscavam sinais de que toda essa novidade estava realmente conectando as pessoas de novas maneiras positivas.

Mas hoje em dia – na era techlash – não há muito otimismo na narrativa da mídia. A seção de opinião do New York Times iniciou recentemente uma série de um mês, “The Privacy Project” para “explorar a tecnologia, imaginar onde ela está nos levando e convocar debates sobre como devemos controlá-la para melhorar e não ‘atrapalhar’ o potencial humano.”

Ainda em 2010, havia espaço para esperança. O Facebook, então com apenas dois anos de idade, já havia acumulado 400 milhões de usuários e adicionava outros a cada minuto. O jornalista de tecnologia, David Kirkpatrick, em seu livro “The Facebook Effect”, sobre a empresa e seu fundador, Mark Zuckerberg, escreveu que a rede social era uma “plataforma para as pessoas tirarem mais proveito de suas vidas”, mas também sinalizou cautela. Agora, até Zuckerberg admite a necessidade de regulamentação governamental.

“Todo mundo era ingênuo sobre o que a Internet poderia e deveria se tornar. Nosso idealismo e otimismo não foram totalmente equivocados”, disse Kirkpatrick. “A culpa está nas empresas, pela forma como escolheram lucrar com a invenção que estávamos tão otimistas sobre.”

Talvez o pêndulo da imprensa tenha ido longe demais na direção negativa. O público precisa saber sobre as desvantagens da tecnologia, é claro. Mas hoje, quando parece que a mídia não vê nenhuma história de tecnologia que valha a pena ser contada, a menos que haja um vilão, cabe a essas empresas provar que ainda podem ser os heróis.

Tim Race, vice-presidente sênior da FleishmanHillard e ex-editor de tecnologia no New York Times.

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