O South by Southwest (SXSW), maior festival de inovação, cultura e criatividade do mundo, realizou, na última semana, uma edição 100% online, discutindo fatos e tendências sobre o futuro da sociedade e dos negócios. E, para ampliar a esfera das conversas, o evento foi dividido em 7 campos temáticos:
• Uma Nova Urgência: Como as empresas, ONGs, governos, a ciência e a tecnologia podem se unir para enfrentar as crises sociais, econômicas, políticas e ambientais em meio à pandemia?
• Desafiando a Tecnologia a Avançar: Como a indústria da tecnologia pode se desenvolver para aumentar o impacto positivo na sociedade?
• A Resiliência Cultural nas Artes: Como as transformações no campo das artes durante este período de incertezas e desafios influenciarão a cultura nos próximos anos?
• O Renascimento dos Negócios: Como encarar o capitalismo para a obtenção de sistemas mais justos para as pessoas a partir de agora?
• Transformando o Panorama do Entretenimento: Como as indústrias de televisão, música, filmes, esportes e jogos online podem acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor?
• Conexão na Desconexão: Como é possível se reconectar às comunidades e com o senso de humanidade em tempos de individualismo e distanciamento?
• Um Futuro Inexplorado: Quais são os novos conceitos e as novas tecnologias que irão inspirar uma nova geração de inovadores?
Dentro destes campos temáticos selecionamos as 4 temáticas que para nós da FleishmanHillard serão os destaques em 2021. Essas tendências foram estimuladas pelas mudanças de comportamento apresentadas em 2020, em decorrência da pandemia, e seguirão crescente.
1) Uma Nova Urgência – A busca pela construção de uma empresa empática
Para a autora Katharine Manning – fundadora da Blackbird, companhia especializada em ajudar empresas a assistirem seus funcionários a superarem traumas – em um ano em que tantos de nós tivemos que alterar nosso estilo de vida, como as mudanças nas relações de trabalho durante a pandemia apresentam novos desafios para o esforço comunitário de reconhecer o outro. Ao construirmos empresas empáticas, a tendência é de que possamos dividir esta carga de maneira mais horizontal entre as lideranças.
2) Desafiando a Tecnologia a Avançar – Live commerce e o futuro do varejo
Entre as lições deixadas pela pandemia está a necessidade de caminhar em direção a modelos híbridos de experiências físicas e digitais, capazes de criar oportunidades interativas para os consumidores.
O Shopstreaming é apontado como tendência para vender mais e engajar consumidores digitais. O ano de 2020 impulsionou as vendas digitais. O poder da comunidade é a grande vantagem do shopstreaming e a escolha por influenciadores para conduzir as lives de shopstreaming também não é aleatória.
Com o live shopping, o varejo ultrapassa as fronteiras do entretenimento e funciona como uma forma de conversação, permitindo trabalhar gatilhos emocionais de grande apelo: o poder de agora, o poder de liberdade, o viés de autoridade e do endosso de influenciadores, comunicadores ou celebridades, e a exploração de experiências de consumo.
3) Conexão na Desconexão – A potência do storytelling
Para o filósofo e historiador Yuval Noah Harari, não importa quão diferente e estranho o mundo possa estar ou ficar, a interação humana é insubstituível, e provocou a audiência a pensar sobre como as lideranças mais autoritárias da contemporaneidade usariam as soluções de tecnologia que estão sendo criadas. Por isso, o storytelling é tão importante. É assim que a humanidade se desenvolveu. Ele advoga que esse espaço precisa ser tomado por cientistas, historiadores, médicos, desenvolvedores de Inteligência Artificial, produtores de conhecimento.
4) Um Futuro Inexplorado
A futurista Amy Webb apresentou as 10 principais tendências escolhidas por ela, que fazem parte do Tech Trends Report, estudo de tendências divulgado todos os anos pelo Future Today Institute. Brain Mesh, Behavioral Biometrics, Sleep Tech, Assistive Reality, Diminished Reality, Algorithmic Assurance, Digital Fashion, Prescription Video Games, Hacktivism e Splinternets farão parte do presente e futuro, onde a tecnologia e as relações pessoais caminharão juntas sempre visando o melhor para a comunidade e não para o indivíduo.
Mais do que nunca habilidades como empatia, colaboração e escuta ativa orientarão as tendências em torno de uma experiência mais humanizada, mesmo em tempos de hiperconexão.
É nesse contexto que as lideranças de empresas podem se reinventar: comportamentos como demonstrar vulnerabilidade, encorajar as pessoas e estimular o senso de pertencimento passam a ser fundamentais.
