Twitter Ltda.: o que pode mudar na rede com a entrada de Elon Musk?

A recente notícia da compra do Twitter pelo empresário Elon Musk, por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 214 bilhões), movimentou discussões e dividiu opiniões.

Considerando um período de menos de 45 dias, Musk passou de um “mero” usuário (com lá seus quase 90 milhões de seguidores) ao novo dono do Twitter.

Mas nem tudo é tão rápido: pela aprovação de órgãos reguladores econômicos dos EUA, a expectativa é que o negócio leve cerca de 6 meses para ser concluído.

 

O (ainda incerto) futuro da rede

Enquanto muita gente viu com bons olhos, (muitos) outros criticaram a aquisição. No geral, ainda é cedo dizer o que realmente vai acontecer com o futuro da rede, mas alguns fatores já são apontados: positivamente, por mais autonomia para o usuário, por um algoritmo de código aberto, e pela representatividade da liberdade de expressão.

Porém, negativamente, por menos regras de moderação, pela concentração das decisões sobre a empresa e, claro, a “agenda secreta” do bilionário.

Para especialistas, esta transação reforça a ideia de que quando os mercados não valorizam adequadamente uma empresa, um terceiro eventualmente o fará.

 

O fator, em especial, da liberdade de expressão

Musk já se declarou como um “fundamentalista da liberdade de expressão” e, de uns tempos para cá, mudou um pouco um tom, antes mais incisivo, agora para um viés mais conciliatório.

Claramente será um desafio e o bilionário vai precisar convencer muitos segmentos de que sua ideologia será vantajosa, além de definir como aplicará uma política única global.

No aspecto positivo, Musk pode planejar a adoção de uma tecnologia para melhorar a moderação de conteúdo com a criação de recursos de engenharia para permitir que as pessoas consigam ter pluralidade de opiniões dentro de regras estabelecidas.

Por outro lado, ativistas e organizações expressaram preocupação e apontam que a privatização da rede pelo bilionário reduz as oportunidades de transparência e responsabilidade, inclusive em questões de governança de conteúdo e corporativa, além da proteção de dados.

 

Incerteza e esperança entre os colaboradores

Segundo apontou o MediaTalks, os colaboradores estão abertos à ideia de que um Twitter privado administrado pelo empresário tem uma chance maior de melhorar o serviço do que uma empresa pública em dívida com seus acionistas.

E o fato de Musk querer eliminar bots prejudiciais, e trazer mais clareza sobre como os algoritmos de recomendação funcionam, foi visto como positivo internamente.

E o valor da marca cresceu 85% e lucro é 7 vezes maior no trimestre

Em tempo: na primeira semana depois da novidade sobre a compra, Musk recebeu duas (boas) notícias sobre o desempenho financeiro e sobre o valor da marca que acabou de adquirir.

A companhia apresentou seus resultados do primeiro trimestre de 2022, registrando um lucro 7 vezes maior do que no mesmo período de 2021.

O valor da marca Twitter aumentou 85%, para US$ 5,7 bilhões, de acordo com a lista das 50 marcas mais valiosas e fortes do setor de mídia no mundo, divulgado pela consultoria global Brand Finance.

No 26º lugar do ranking, o Twitter ainda está longe do líder Google (que vale US$ 263,4 bilhões), mas saltou 10 posições em um ano.

E, como analisou o MediaTalks, para a consultoria que desenvolveu este estudo de marcas, o fortalecimento do Twitter diante do mercado confirma a tese que Elon Musk já apontou, de que melhorias significativas na receita são possíveis, aproveitando o capital de reputação da plataforma.

Conteúdo da edição #29 da nossa newsletter quinzenal FH Insights! Cadastre-se no link 👉 https://bit.ly/3JijSYM e receba gratuitamente a news.